Você sabia que a endometriose pode se manifestar de formas diferentes em cada mulher?
Porém, alguns sintomas são mais frequentes e ocorrem na maioria delas, como dores abdominais fortes, desconforto durante a relação sexual e falta de energia. Mas e os sintomas mais incomuns, como relacioná-los com essa doença?
Por isso, conhecer a endometriose e a maneira como ela pode agir no seu organismo é um fator fundamental para atingir maior qualidade de vida. E como fazer isso? Estando atenta a todos os sinais e sintomas do seu corpo, e procurando ajuda médica sempre que notar algo diferente.
A partir de qual idade a mulher pode ter endometriose?
Apesar da causa exata da Endometriose ainda não ser conhecida, sua manifestação possui forte ligação com fatores hormonais. E o que isso quer dizer? Quer dizer que, quanto mais cedo a mulher menstruar e mais tarde ela entrar na menopausa, maior será o período em que ela ficará vulnerável à doença.
Por isso, algumas mulheres descobrem a endometriose ainda na adolescência, embora seja difícil um diagnóstico nessa faixa etária, já que as cólicas podem ser confundidas com problemas intestinais, as dores podem ser subestimadas por familiares/médicos e, no caso das jovens que ainda não iniciaram a vida sexual, não é possível perceber o sintoma de dor durante as relações ou a dificuldade de engravidar.
Então, independentemente da idade: Se você sofre com cólicas ou desconfortos, busque aconselhamento médico!
Anticoncepcional e tratamento da endometriose
A endometriose é uma doença inflamatória crônica que depende de fatores hormonais para se manifestar. Por isso é fundamental bloquear o processo inflamatório durante o tratamento, e um dos mais utilizados e efetivos inclui o uso de pílulas anticoncepcionais.
É comprovado que o uso dos anticoncepcionais pode aliviar as cólicas menstruais e até a dor pélvica crônica. Aliás, o objetivo do seu uso é exatamente esse: melhorar o quadro doloroso e tentar impedir a progressão da doença. Isso porque essa medicação hormonal diminui o processo inflamatório, bloqueia a ovulação, diminui a produção ovariana de estradiol, entre outros mecanismos.
Por quanto tempo deve-se tomar a pílula para endometriose
De modo geral, nesse caso, a pílula é prescrita para uso contínuo . Na maioria das vezes, inclusive, sem pausa entre as cartelas. Isso porque, dependendo do grau da doença, caso haja uma interrupção, a paciente pode voltar a ter sintomas.
No entanto, isso é determinado previamente pelo médico, visando a melhora do quadro e evitar que a paciente tenha algum outro problema ou efeito colateral.
Contraindicações do anticoncepcional para endometriose
Existem algumas situações em que as mulheres podem apresentar contraindicações ao uso de anticoncepcionais para endometriose, como risco elevado de câncer de mama ou de trombose.
Outras mulheres não se adaptam às reações causadas por algumas pílulas, como dor de cabeça, retenção de líquido e etc. Assim sendo, não conseguem dar continuidade ao tratamento.
Em alguns casos o método tem se mostrado ineficaz, provavelmente porque os hormônios não são capazes de sobrepor-se ao estrogênio e, assim, não promovem nenhuma melhoria dos sintomas.
Uma outra contra-indicação ao uso dessas medicações é quando a paciente está tentando engravidar, pois o uso dessas medicações irá postergar a gravidez.
É importante ressaltar que o uso do anticoncepcional não necessariamente irá impedir que a doença avance . Por isso, pacientes com diagnóstico de endometriose e que fazem uso de anticoncepcional devem manter o acompanhamento com o especialista.
“Tenho endometriose, preciso retirar o útero?”
Sua principal característica é favorecer o crescimento de células semelhantes às da camada interna do útero, só que fora do útero. Ou seja, esse crescimento pode ser em diversos órgãos, e não somente nos da região pélvica! Por isto, remover o útero cirurgicamente não significa a cura da doença.
Mas, então, para que serve o tratamento cirúrgico? Essa intervenção serve para retirar as lesões, uma a uma, causadas pela Endometriose, dentro ou fora do útero, mas jamais a retirada do próprio útero!
Outros tratamentos
Independentemente do uso de hormônios ou cirurgia, todas as pacientes que têm endometriose podem se beneficiar de mudanças de hábitos e melhorias no estilo de vida. Isso porque a endometriose é uma doença inflamatória crônica, e muito dessa inflamação vem do nosso cotidiano.
Por isso, é recomendado a todas as pacientes uma avaliação e ajuste nos seguintes pontos:
- Alimentação: eliminar ou reduzir alimentos inflamatórios de suas refeições, e passar a introduzir alimentos anti-inflamatórios. A saúde intestinal também é imprescindível para a melhora dos sintomas de distensão do abdômen, da imunidade e aumento da produção de serotonina.
Recomendamos a procura de um profissional na área para receber orientação e acompanhamento, como uma nutricionista especializada.
- Atividade física: praticar atividades físicas de modo regular reduz a inflamação do corpo, aumenta a produção de endorfina e serotonina, que ajudam a reduzir a percepção de dor pelo cérebro.
- Qualidade do sono: ter um sono de qualidade é muito importante para o corpo e cérebro se recuperarem para o dia seguinte. Privação de sono está associada a maior percepção de dor, além de reduzir a imunidade.
- Manejo do estresse: um dos maiores vilões para a queda de imunidade e inflamação no corpo de uma mulher com endometriose é o estresse crônico. Atividades como meditação ajudam muito na melhora dos sintomas e do bem estar.
- Saúde emocional: ansiedade, depressão e pânico são muito frequentes em pacientes com endometriose. E essas doenças quando não tratadas contribuem para o aumento da dor, além de contribuir para o avanço da doença. Cuidar da saúde emocional também faz parte do tratamento da endometriose.